quinta-feira, 20 de novembro de 2008

POETAS POPULARES DE AMIEIRA

Não é desgraça ser pobre
Há quem pense que ser pobre
Não passa duma desgraça
Quantas vezes se é mais nobre
Que muitos que têm massa

Com isto não quero dizer
Que valha mais a pobreza
Mas temos que nos convencer
Que não é tudo a riqueza

Quanto muito pode dar
Alguns bens materiais
Mas quando se quer amar
É preciso muito mais.

Só o amor é riqueza
Que nos dá felicidade
Muito mais que a Nobreza
Irmã gémea da maldade

Eu bem sei que há excepções
Em toda a parte da terra
Mas por causa dos milhões
É que o mundo anda em guerra

Medita pois amigo meu
Nas palavras que te digo
Todo o mundo será teu
Terás em todos um abrigo
- Jorge Pires

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Progresso ou desencanto?

Torre - Foto de Armando Gaspar em http://armandogaspar.blogspot.com
Quem visitar hoje Amieira do Tejo, poderá pensar que a nossa terra atravessa uma grande onda de progresso devido à acumulação de obras públicas que estão em curso na Praça Nun´Álvares, na rua do Arrabalde e Lar de Acolhimento.
No sector privado foi inaugurado há pouco tempo o Turismo Rural no Chão do Prior, único no concelho.
De facto e embora não queira tomar uma posição de derrotismo, o que é verdade é que o desencanto está hoje, mais do que nunca, na mente daqueles que preferem enfrentar a realidade futura, cada vez com menos soluções humanas para fazer face a eventuais tempestades que nos possam atormentar.
No entanto, uma luz ao fundo do túnel parece agora trazer nova esperança a este burgo, com a criação de uma nova associação com um projecto único em Portugal e que dá pelo nome de RURAT.
Trata-se de uma organização composta por gente idónea e responsável, será, pois, importante para a nossa terra que este projecto não siga o exemplo de muitos outros que acabaram, pura e simplesmente, por abortar. É nosso dever como amieirenses, apoiar estes homens que apesar da crise tiveram a coragem de, voluntariamente, abraçar este projecto cujo objectivo é valorizar o património dos seus associados, através de intervenções de beneficiação (obras, cultivos, criação de actividades) arrendamento ou venda.
Esperemos agora que o povo de Amieira entenda a palavra associação e não comece a inventar adjectivos, muitas vezes com a costumada intenção destrutiva.
É preciso pensarmos que Amieira, como a maior parte das terras do interior, está cada vez mais deserta e a grande responsabilidade de tudo isto é das cegonhas que antigamente traziam meninos às carradas e agora, nem vê-los...
Se calhar já estão ricas ou, então, é por causa dos combustíveis!...
Jorge Pires in "Jornal de Nisa" nº 263